domingo, junho 17, 2007

Sobre parques de diversões e sensações nausenates.


Parques de diversões são sempre uma boa pedida. Aqueles brinquedos rodopiantes que sacodem o ser humano de um lado pro outro até causar tontura e náusea são mesmo uma maravilha. Náusea sim, mas com felicidade. E além do mais, depois de colocar tudo pra fora você fica pronto pra outra, novinho em folha. E não pense nisso como algo nojento, pense como um momento catártico, afinal gritar até sua garganta doer, pedindo (em vão) pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo pra o operador parar o “liquidificador de gente” é uma maneira muito eficiente de exorcizar os milhões de demônios que carregamos na alma.

E mesmo que você saia cambaleante e enjoado e prometendo nunca mais colocar os pés no “brinquedo do cão”, vai voltar outras vezes, porque todo mundo é bem masoquista lá no fundinho e porque essa sensação de quase morte (eu sei que todo mundo pensa que vai morrer enquanto está sendo chacoalhado.) é o que motiva a gente a freqüentar esses locais de entretenimento. Se não é pra isso, pra que é, então? O que nos move é a emoção (roda gigante tem emoção?), pulsão de morte (segundo Freud). É justamente aquele friozinho que dá na boca do estômago e o calafrio que desce e sobe pela espinha que fazem a gente ter vontade de testar a vida e a nossa coragem. Pra se ver, como tudo nessa vida promove um momento filosófico.

Fora isso, é gente feliz correndo pelo espaço lúdico o tempo todo, procurando cada vez mais emoção, e mesmo que as faces estejam retorcidas de tanto fazer careta, seja pelo pânico, seja pelo enjôo, existe verdadeira alegria nos corações desafiadores, principalmente a alegria maior de voltar vivo pra casa.

Ai, ai...coisa boa é tudo isso...algodão doce, pipoca, batata frita, gente sorridente, romance na roda gigante, lembranças da infância e gritos estridentes...realmente uma beleza!!!