domingo, fevereiro 25, 2007

Quando as coisas não fluem na sua cabeça vazia...

"Todo carnaval tem seu fim...e é o fim....e é o fim..."


...Graças a Deus...
Não tenho nada a declarar sobre meu carnaval pelo simples fato de que absolutamente nada aconteceu. Fiz tudo o que já havia dito que iria fazer (ou que não iria fazer): não assiti aos desfiles nem ao carnaval de Salvador pela tv. Não assisti ao espetáculo patético daqui e curti muita preguiça, exceto nos momentos em que criava coragem e pegava algo de útil pra ler. Enfim, foram cinco dias que alternaram momentos belíssimos de sentimentos de inutilidade e indolência, aliados a maldizeres contra a própria sorte e uma vontade enorme de que fizessem excursões pra Marte nesse período, inferindo que lá, eu me sentiria em casa.
No mais, o de sempre....caos na vida real, aquecimento global, violência urbana, insatisfação pessoal, ignorância alheia e própria e as agruras da convivência em sociedade capitalista.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Sobre questões estéticas e rechonchudas!


Olha que não ter nascido com uma herança genética favorável é degradante. Essas batalhas colossais contra minha auto-estima ainda vão me matar, por que não há nada mais incômodo do que perder a identidade pra um rótulo e virar ponto de referência.

Você está na sua, de bem com o universo, sem fazer ou desejar mal a um ser humano mesquinho nesse mundo, ai chega uma fulana e diz:

_ Nossa! Tenho uma amiga que é a tua cara. Ela é assim, branquinha, tem o mesmo sorriso e é gordinha, exatamente como você!

(Que coisa linda! E quem te perguntou, sua vaca!?).

Ou então, com toda grosseria e falta de bom senso que ainda pode haver num cidadão, você é obrigada a escutar a seguinte frase num tom de “quem avisa amigo é”, no auge da sabedoria humana:

_ Preciso te dizer uma coisa. Você já chegou ao limite do peso que uma mulher precisa ter pra ainda ser considerada bonita. (muy amigo!!!).

Eu poderia ter ido dormir sem essa. Senti-me como se a minha auto-estima tivesse sido nocauteada no primeiro round com um soco de direita bem no supercílio.

Eu queria informar aos nobres cavalheiros e damas que eu não era assim não. Eu nunca segui o padrão “refugiada do holocausto”, mas também não precisa me fazer sentir uma aberração cromossômica., como se eu tivesse sido um erro estético que precisa ser eliminado.

Eu quero mesmo é ser atraente e linda! Cada dia que passa, vejo que nasci na época errada, por que se eu vivesse na Renascença, eu ia era ser modelo de artista famoso e um quadro com minha figura valeria milhões! É por isso que eu sempre digo que tudo é questão de perspectiva, mas enquanto as que me são apresentadas são totalmente adversas, tento ir como todo mundo, enquadrando-me no modelo. Desculpe, mestre João Paulo, mas esse troço de não ser um homem de massa e sim e um homem coletivo não tá funcionando no momento!

sábado, fevereiro 10, 2007

Sobre as pré- adolescentes e o capitalismo*

Conviver com pré-adolescentes é uma coisa realmente curiosa, principalmente quando se trata de meninas. Não há nada que me irrite mais do que o jeitinho afetado e precoce, as bolsinhas da kipling (ouvi dizer que é o último grito da moda, top de linha entre as mais- mais.) a tira-colo, todas vestidas iguaizinhas, como se tivessem sido produzidas em série. Sem contar as recepções escandalosas ao encontrar uma amiga, com aqueles gritinhos estridentes e insuportáveis e todo estereótipo já conhecido por todos e que eu detesto. Eu não tenho um pingo de empatia por essa espécie de ser humano, o que é deplorável da minha parte. Se eu pretendo ser uma estudiosa do comportamento, então, cadê meu senso de profissionalismo? É essa sensação de “ter que ser” um ser humano exemplar e compreensivo que me mata nas vezes que não consigo.

Sinceramente, eu não lembro de ter sido tão chata na puberdade, mesmo analisando meus arquivos mais remotos. Deve ser só uma questão cultural. Ou será que eu que estou ficando velha e ranzinza, a ponto de sentir inveja da idade que não tenho mais?
NÃO! Definitivamente, não tenho inveja delas, mas estou tentando ser mais tolerante por uma exigência da profissão que escolhi, só não quero recebê-las em meu consultório tão cedo! (o que eu ando aprendendo na faculdade, hein? E a tal da consideração positiva e incondicional? Nunca acreditei nela realmente, pelo menos não na parte que se refere à incondicionalidade...mas estou me trabalhando, juro!).

Eu sei que é só uma fase e que elas só querem chamar a atenção por algum motivo, torpe ou não, mas ás vezes me pergunto se não existe um plano da engenharia genética pra fabricar adultos cada vez mais cedo, pra que haja mais gente produzindo pra manter o capitalismo (olha a loucura da criança aflorando novamente!). Tem alguma coisa nebulosa embutida na alimentação dessas criaturas, afinal, já não se vê por ai meninas de dez anos brincando de boneca. Com quantos anos elas estão menstruando mesmo? Oito? Enfim, a questão não são elas, sou eu! Eu já deveria saber que a expressão: “os incomodados que se retirem” faz todo sentido pra meu sentimento de repulsa por elas e se é assim, ou eu enfrento a realidade ou me retiro. Não creio que seja o caso. Afinal, tanta frustração vivida em 24 anos me ensinou ao menos a ser resiliente. Que venham as pré-adolescentes, então, com todos seus mimos e atitudes antipáticas, eu cuido delas!!!!

sábado, fevereiro 03, 2007

Sobre preguiça e carnaval...ou preguiça no carnaval!

“Vamos comemorar como idiotas todo fevereiro e feriado”
LEGIÃO URBANA- CD DESCOBRIMENTO DO BRASIL



Depois de uma eternidade longe desse lugarzinho acolhedor e depois de toda preguiça curtida nesse período de hibernação, venho aqui solenemente pedir desculpas aos poucos leitores destas besteiras escritas pelo abandono deste blog. É que esse período de férias me deixou improdutiva e meio burra, sei lá, não consegui me mobilizar pra escrever uma linha sequer. E agora que o carnaval se aproxima estou sem saber o que fazer da vida já que todos os meus amigos irão viajar e eu ficarei sozinha nessa cidade tosca, fazendo e pensando coisas tão toscas quanto. Eu tenho que estudar, perder peso e tenho que ficar gostosa até o inicio das aulas, por que já meti isso na cabeça e não há quem tire. Mas há também em mim uma falta de iniciativa que me deixa paralisada e com muita raiva do que eu sou.

Enfim, vamos deixar de lengalenga que das minhas insatisfações pessoais tá todo mundo cansado de saber. O que eu quero saber mesmo é como eu vou enfrentar as festividades carnavalescas que vêm por ai.Não há nada que me deixe mais irritada do que os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Odeio aquela vinhetinha chata da Globo e detesto ver mulher nua com o peito todo pintado na tv. Desculpem a falta de sensibilidade cultural mas eu dispenso esse tipo de tradição como representante da minha nacionalidade, sem contar que aqueles enredos são muito chatos.Também detesto o carnaval de Salvador por que eu queria estar lá. O que é de lascar é ter que ver pela televisão e se eu tivesse uma turma bem grande pra me acompanhar não pensaria duas vezes. Só não sei se agüentaria horas intermináveis de percurso e axé 24 horas por dia no pé do ouvido, mas depois de estar no meio da bagaça tudo é uma possibilidade animadora.

Mas o que mais me deixa deprimida e de mau humor é o carnaval teresinense com seus desfiles meia-boca, as brigas sem sentido entre as escolas de samba enfeitadas com seus carros alegóricos ridículos, feitos de papelão, isopor e purpurina barata, embalados por enredos de quinta categoria. Se pelo menos investissem na porcaria do espetáculo eu ficaria menos revoltada. Se bem que alguém deve tirar proveito disso e conseguir se divertir. Sorte de quem consegue, eu desisti. E eu não vou pedir desculpas por descer o sarrafo na minha terrinha no que se refere a esse assunto, por que bom senso é necessário sempre e falta de senso de oportunidade tem limite. E não me venham com esse papo de cultura popular que existem outras coisas bem mais proveitosas que esses eventos.

Só pra não dizer que eu detesto tudo no carnaval, adoro o hiato de quatro dias longe das obrigações da vida adulta e ficar de cara pra cima sem fazer absolutamente nada é compensador no fim das contas. E de ficar de cara pra cima eu entendo...e adoro.Estou sinceramente envergonhada pela confissão de minha indolência, mas há prazeres na vida que eu não consigo evitar. Há quem seja viciado em compras, cocaína e chocolate, meu vício é a preguiça descarada.

Bom eu tentei falar de outra coisa, mas a preguiça sempre permeia meus pensamentos e ações. Mas eu vou mudar, eu juro...estou começando agora!