domingo, agosto 30, 2009

Amigos, amigos, outras relações à parte!

“…É fácil assumir uma posição a respeito de alguma coisa quando não há risco nenhum. É fácil dar esmola prá um pobre se você guarda o resto do dinheiro prá você. É fácil tomar posição contra a guerra, desde que ninguém peça que você se sacrifique…”
(ANOS INCRÍVEIS)
É muito raro encontrar alguém na vida que nos acompanhe, que nos dê amparo, que nos escute e que permaneça no mesmo caminho conosco, mesmo pensando diferente e se construindo diferente. É incrível como passamos uma vida inteira buscando pelo amor verdadeiro e sem lograr muito êxito, mas ninguém demanda tempo e investimento em busca de uma amizade verdadeira. Elas acontecem, simplesmente, por sorte ou acaso. E olha que amizade verdadeira existe, é um fato, já a existência do amor verdadeiro é questionável, a menos que o relato da Cinderela sirva de dado factual.
A amizade exige muitas outras coisas além da presença, dos bons momentos compartilhados. É uma relação de suporte, que dá respaldo pra construção de milhares de outras relações. Que nos torna melhores, mais fortalecidos e mais humanos. Se há uma coisa que me entristece profundamente é como na dinâmica dos relacionamentos a amizade sustentadora não se constitui como algo desejado e como se torna a primeira coisa preterida frente a outras ligações afetivas.
A amizade perde em quase todas as batalhas no campo minado do amor ao próximo. Perde pros namoros recentes, pros namoros mais longos, pra família dos homens ou mulheres da vida de nossos amigos, pros amigos dos homens ou mulheres da vida de nossos amigos, enfim, pura conseqüência do fenômeno da carceragem consentida. É uma pena, mas é também um dado da realidade social. E por ser um fato da realidade social gera acomodação, resignação, a sensação de estar em meio a mais uma luta vã.
Tá! Tudo aqui tá parecendo meio generalizado e exagerado? Força do hábito e desgosto engasgado. Pura insatisfação manifestada num tom de contestação e desânimo pela falta de energia e motivação pra combater um fenômeno cultural. Por minha parte, digo que meus amigos são minha fortaleza, meu crescimento de todo santo dia de batalhas ganhas e perdidas, meu investimento consciente e calculado a partir de um desejo de ser uma pessoa melhor pra mim e pra eles. Não porque me sobra afeto, mas porque luto pra cultivar o bem querer deles mesmo quando não estou satisfeita ou quando não concordo com algumas posturas. Porque o que há em mim é um amor crescente e otimista e quase sempre compreensivo, cheio de uma vontade enorme de que eles entendam que eu quero sustentar nosso crescimento juntos, sob qualquer circunstância!

segunda-feira, agosto 17, 2009

Receita do par ideal


1 xícara e meia de carisma

2 xícaras de gentileza

2 gotas de brutalidade para temperar e dar o toque másculo da coisa toda

¼ de charme

¼ de beleza

1 l de inteligência

1 pitada de porte italiano

Senso de humor a gosto (ou à vontade, eu diria)

Modo de preparo

Despeje um pouco de essência de glamour feminino e pincele com beleza e graciosidade. Deixe cozinhando em banho-maria por 10 dias, alternando entre a atenção exagerada e total desprezo (o tal reforço intermitente na Psicologia Experimental). Não deixe passar do ponto, aparecendo sempre que necessário e sempre no momento mais oportuno. Seja engraçada, mas não inconveniente. Adicione porções consideráveis de compreensão e empatia pelas vicissitudes masculinas e agregue conhecimentos sobre esportes em geral, sobretudo, futebol. Sirva morno, nem frio, nem quente, o meio-termo é sempre mais agradável ao paladar.

Bom apetite!

Quem dera se fosse simples como uma receita culinária. Mas poderia ser!

sexta-feira, agosto 07, 2009

Soluções simples para uma vida harmoniosa


Conviver harmoniosamente com as diferenças é um dom. Nós, mulheres, conhecemos bem as vicissitudes de nosso humor e comportamento. Às vezes não admitimos, só pra não perder o controle da situação, mas há o reconhecimento de nossas loucuras, sim. Mas também é preciso perceber que em algumas situações falta um pouco de sensibilidade humana, o que pode causar grandes catástrofes. Eis aqui algumas dicas para não irritar a raça feminina no cotidiano.


Nunca, jamais pergunte a uma mulher de cara amarrada se ela está chateada. A expressão facial quase sempre oferece sugestões óbvias e bem claras de linguagem não verbal. E claro, que em virtude de alguns hormônios como estrogênio e progesterona ela pode estar mesmo de TPM, pode estar cansada de um dia exaustivo de trabalho, pode ter perdido o emprego, brigado com o namorado, ex-namorado, amante, marido, mãe, atropelado um cachorro ou mesmo estar com cólicas. Portanto, na dúvida, não ultrapasse o bom senso e não faça perguntas cretinas. No máximo, ofereça um chocolate, mas não explique o motivo da oferta.


Nunca, jamais paquere uma mulher enquanto você estiver em uma situação mais confortável que a dela. Ou seja, se você estiver dentro de um carro e ela estiver sob chuva torrencial ou sol escaldante nem tente dizer uma gracinha. Provavelmente o sentimento despertado seria raiva e não vaidade. Afinal, o sujeito que presenciar seu cabelo "indo por água abaixo" ou "desmanchando" merece morrer por saber demais (queima de arquivo na linguagem policial). Além do mais, ver o cara fazendo elogios nestas condições soaria irônico. Também não ofereça carona (eu sei que esta solução foi cogitada). Ela não aceitaria: primeiro porque ela não pode falar com estranhos e segundo porque, novamente, soaria irônico ou debochado. Aparência e auto-confiança estão mesmo intimamente ligadas.


Nunca, jamais, por mais intimidade que exista informe a uma mulher que ela está acima do peso, com uma espinha na cara ou precisando de um corte de cabelo. Como já dito, algumas de nós têm bom senso, espelho em casa e percebem quando as roupas não servem mais, quando o cabelo está detonado e quando os cosméticos não dão mais conta do estresse que corrompe o frágil corpo feminino.


Nunca, jamais, em tempo algum diga diretamente a uma mulher que ela não passa de uma doida -desesperada. Tomar consciência das nossas condutas histéricas sem estar em terapia pode ser um choque irrecuperável, quase um portal para o rompimento com a realidade objetiva. Por isso, seja sensível, sutil, use um eufemismo se for mesmo muitíssimo necessário proferir alguma insatisfação, mas nunca vá direto ao ponto. Ela gritaria com você de qualquer forma e ficaria profundamente magoada mesmo que você só dissesse que ela anda meio alterada ultimamente. Melhor não comentar nada. O segredo é ter empatia.


Nunca, jamais, nunquinha mesmo, ainda que você esteja com ódio mortal da desgraçada diga a ela, ou sequer sugira que sua ex-namorada é mais bonita, ou mais engraçada, ou mais compreensiva, ou mais humana, ou mais magra (ou qualquer outra comparação que beneficie a outra) do que ela. Isso é uma ferida narcísica profunda e leva anos de análise para ser superada. Ela vai se remeter a isso em todas as brigas, em todos os momentos de calmaria, quando encontrar com a macaca no shopping, na lua-de-mel em Paris, enfim, um fato relembrado a vida inteira. Numa briga, quando o ódio no coração não puder mais ficar guardado, grite que quer que ela morra. As possibilidades de perdão são maiores.


É válido ressaltar que algumas dicas se respaldam em acontecimentos auto-biográficos e outras se baseiam na natureza inventiva desta cabeça doente e cheia de clichês de seriados. Mas o que conta aqui é o propósito final, que nada mais é do que a paz mundial. No fim das contas não custa nada tentar.